Ciência da hipertrofia: Volume, Duração de Repetições, Intervalos de Descanso, Tipos e Velocidade de Contracção


Volume 

Uma meta-análise sugere que múltiplas séries (3-6) por exercício (por sessão) estão associada com 40% mais hipertrofia que 1 série, em ambos treinados e não treinados (1). Contudo há uma crítica sobre essa meta-análise (2), com os autores a sugerirem que apenas uma série até falha é necessária (3).

Outra meta-análise suporta a noção que maior volume, protocolos com múltiplas séries é superior a protocolos de uma série para hipertrofia, em sujeitos treinados, com a diferença a tornar-se mais evidente ao longo do progresso (4). 

Num estudo recente com sujeitos treinados, o volume de treino foi o contribuinte mais significante para as adaptações de força e hipertrofia, que ocorrem independentemente dos intervalos específicos de repetições (5).

Após sobrecarga progressiva, isto sugere que volume é o factor mais importante para  resposta hipertrófica.

Uma revisão sistemática e meta-analise também revela uma relação dose-resposta entre volume semanal e aumentos em massa. A hipertrofia aumenta progressivamente de 1-4 séries por músculo semanais, para 5-9 séries por semana para cada músculo, e que 10 ou mais séries por músculo por semana (6). Não houve dados suficientes para identificar o limite máximo.

Tipos de contracção

Existem vários tipos de contracção muscular, a acção concêntrica ou positiva; a acção excêntricas ou negativa; e isométrica. Há um diferença no recrutamento das fibras musculares em cada contracção e assim uma diferente produção de força.

Os músculos atingem forças absoluta mais altas quando contraem excêntricamente (7,8,9). Força excêntricas é aproximadamente 20-50% maior que a concêntrica (10), e até prevista ser 64% maior (11), estimula mais adaptações (12) e parece ser mais eficaz ao aumentar a massa muscular que treino concêntrico.

Exercício excêntrico recruta preferencialmente as fibras rápidas do músculo (13,14,15,16) e talvez recrutem unidades motoras inactivas (14,17). Isto resulta num aumento de tensão mecânica nas fibras tipo II, que têm o maior potencial para crescer (13,18,19,20).

Uma única série de exercício excêntricas resulta também em maior aumento da expressão mRNA de IGF-1que um série de exercício concêntrico (21).

Negativos pesados, assistidos, ou acções excêntricas supramaximas com mais peso que 1RM concêntrico são algumas técnicas que podem ser aplicadas para este fim. Como um músculo não fica totalmente fadigado durante treino concêntrico (22), o uso de negativos pesados é recomendado. Há também um uso de um ergómetro excêntrico para sobrecarregar a fase excêntricas (23), mas neste caso as contracções podem ser abaixo do 1RM concêntrico, sendo que ao final da série há mais volume de carga para as acções excêntricas .

Contracções isométricas consistem em manter uma contracção estática, o músculo não contrai nem alonga. Estas acções podem também induzir hipertrofia (24,25) e devem ser implementadas num programa de treino.

Velocidade de contracção

Repetições concêntricas mais rápidas (1s vs. 3s) são mais benéficas para hipertrofia (26). Repetições excêntricas mais rápidas e pesadas (1s vs. 3s) resultam em maior hipertrofia nas fibras tipo II e ganhos de força que contracções excêntricas mais lentas e leves (27).

Contrações eccentricas mais rapidas libertam mais factores de crescimento, mais células satélite, e resultam em maior síntese proteica que contrações eccentricas mais lentas (28,29). Pensa-se que uma cadência de 2-3 segundos é ideal para maximizar a resposta hipertrófica (28).

Velocidades muito lentas (treino super-lento) é subotimal para força e hipertrofia (30,31,32). Há alguns proponentes de treino super-lento, e alguns estudos foram publicados em artigos não revistos por pares. Por exemplo um estudo por Westcott (33) alegou que treino super-lento foi superior a treino tradicional (em idosos), embora os resultados não tenham sido estatisticamente significantes e que o artigo não tenha sido revisto por pares.

A maioria da literatura indica que treino super-lento é suboptimal para a população em geral. Populações especiais podem beneficiar deste treino, tais como indivíduos lesionadas ou idosos que sofrem de osteoporose (precisamente para isso que foi desenvolvido de qualquer das formas).

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Referências:

1. Krieger J. Single vs. Multiple sets of resistance exercise for muscle hypertrophy: a meta-analysis. J Strength Cond Res 2010; 24(4): 1150-9.
2. Fisher J. Beware the meta-analysis; is multiple set training really better than single set training for muscular hypertrophy? J Exerc Physiol 2012; 15(6): 23-30
3 Fisher J, Steele J, Bruce-Low S, Smith D. Evidence-Based Resistance Training Recommendations. Med Sport 2013;15(3): 147-62.
4. Wolfe, BL, LeMura, LM, and Cole, PJ. Quantitative analysis of single- vs. multiple-set programs in resistance training. J Strength Cond Res 18: 35–47, 2004. 
6. Schoenfeld BJ, Ogborn D, Krieger JW. Dose-response relationship between weekly resistance training volume and increases in muscle mass: A systematic review and meta-analysis. J Sports Sci. 2016 Jul 19:1-10
7. Crenshaw AG, Karlsson S, Styf J, et al. Knee extension torque and intramuscular pressure of the vastus lateralis muscle during eccentric and concentric activities. Eur J Appl Physiol 1995;70:13–19.
8. Westing SH, Cresswell AG, Thortensson A. Muscle activation during maximal voluntary exercise and concentric knee extension. EurJ Appl Physiol 1991;62:104–8.
9. Westing SH, Seger JY. Eccentric and concentric torque velocity characteristics, torque output comparisons and gravity effect torque corrections for the quadriceps and hamstring muscles in females. Int J Sports Med 1989;10:175–80
10. Bamman MM, Shipp JR, Jiang J, Gower BA, Hunter GR,Goodman A, McLafferty CL, and Urban RJ. Mechanical load increases muscle IGF-1and androgen receptor mRNA concentrations in humans. Am J Physiol Endocrinol Metab 280: E383–E390, 2001
11. Moir GL, Erny KF, Davis SE, Guers JJ, Witmer CA.The Development of a Repetition-Load Scheme for the Eccentric-Only Bench Press Exercise. J Hum Kinet. 2013 Oct 8;38:23-31.
12. Hather BM, Tesch PA, Buchanan P, et al. Influence of eccentric actions on skeletal muscle adaptations to resistance training. Acta Physiol Scand 1991;143:177–85
13. Brad Schoenfeld. The Use of Specialized Training Techniques to Maximize Muscle Hypertrophy. Strength & Conditioning Journal: August 2011 - Volume 33 - Issue 4 - pp 60-65
14. Nardone A, Romano, C, and Schieppati M. Selective recruitment of high-threshold human motor units during voluntary isotonic lengthening of active muscles. J Physiol 409: 451–471, 1989.
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20. Tesch PA. Skeletal muscle adaptations consequent to long-term heavy resistance exercise. Med Sci Sports Exerc 20(5 Suppl):S132–S134, 1988.
21. Bamman MM, Shipp JR, Jiang J, Gower BA, Hunter GR, Goodman A, McLafferty CL Jr, and Urban RJ. Mechanical load increases muscle IGF-I and androgen receptor mRNA concentrations in humans. Am J Physiol Endocrinol Metab 280: E383–E390, 2001.
22. Iida, K, Itoh, E,Kim, DS, del Rincon, JP, Coschigano, KT, Kopchick, JJ, and Thorner, MO. Musclemechano growth factor is preferentially induced by growth hormone in growth hormone deficient lit/lit mice. J Physiol 15; 560: 341–349, 2004.
23. Norrbrand L, Fluckey JD, Pozzo M, et al. Resistance training using eccentric overload induces early adaptations in skeletal muscle size. Eur J Appl Physiol 2008; 102: 271-81
24. Sarah B. Wilkinson, Stuart M. Phillips, Philip J. Atherton, Rekha Patel, Kevin E. Yarasheski, Mark A. Tarnopolsky and Michael J. Rennie. Differential effects of resistance and endurance exercise in the fed state on signalling molecule phosphorylation and protein synthesis in human muscle. J Physiol 586.15 (2008) pp 3701–3717
25. Jones DA, Rutherford OM. Human muscle strength training: the effects of three different regimes and the nature of the resultant changes. J Physiol 1987; 391: 1-11.
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27. Nogueira, W, Gentil, P, Mello, SN, Oliveira, RJ, Bezerra, AJ, and Bottaro, M. Effects of power training on muscle thickness of older men. Int J Sport Med 30: 200–204, 2009.
28. Tim N. Shepstone , Jason E. Tang , Stephane Dallaire , Mark D. Schuenke , Robert S. Staron , Stuart M. Phillips. Short-term high- vs. low-velocity isokinetic lengthening training results in greater hypertrophy of the elbow flexors in young men. Vol.no.
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30. Schoenfeld, BJ. The mechanisms of muscle hypertrophy and their application to resistance training. J Strength Cond Res 24(10): 2857–2872, 2010
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33. Westcott, W. L., Winett, R. A., Anderson, E. S., Wojcik, J. R., Loud, R. L., Cleggett, E., & Glover, S. (2001). Effects of regular and slow speed resistance training on muscle strength. The Journal of sports medicine and physical fitness41(2), 154-158.