A actividade física altera as funções endócrinas, funções do sistema nervoso autónomo e
funções somáticas, desta forma o exercício diurno deve afectar o sono. Os efeitos
fisiológicos somáticos do exercício podem resultar em efeitos persistentes e
servir como um estímulo robusto para afectar os mecanismos fisiológicos do
sono. Quantidades adequadas de
exercício podem alterar esses mecanismos numa direcção preferencial.
Factores como tipo de exercício, intensidade, horário, sujeitos, e diferenças entre
exercício agudo e crónico todos têm efeitos diferentes no sono. O exercício
influencia o sono ao aumentar o tempo total de sono e prolongar a latência REM,
reduzir o sono REM e aumentar o sono profundo. O exercício tem a capacidade de
induzir alterações na fase-circadiana
talvez tão potentes como luz clara.
Uma
importante distinção entre os efeitos de exercício agudo e crónico no sono é
que o exercício crónico altera substancialmente as funções somáticas de forma que
exercício agudo não altera, tal que melhoramentos a longo-prazo em composição
corporal, ritmo metabólico basal, função cardíaca, controlo glicémico, função
imunitária e exercício também melhoram o estado de humor.
Resultados
de vários estudos indicam que grande
parte dos atletas de vários desportos estão privados de sono e obtêm entre 5-7h
de sono por noite. Um factor que pode contribuir para a baixa duração de
sono habitual observada em atletas é o horário
de treino. O comportamento sono/vigília em atletas depende da hora do dia
em que têm de treinar. Por exemplo, treinar cedo de manhã pode ser prejudicial,
treino ao fim do dai não é associado com distúrbios no sono, treino de noite não
é associado com pior sono, e exercício vigoroso antes de deitar não perturba a
qualidade de sono. Os efeitos do exercício no sono e sonolência são mais pronunciados quando o exercício é executado de madrugada.
Vários outros factores podem
influenciar o sono, tais como ansiedade
durante blocos de treino intensivos que podem interferir com o adormecer; programas de hidratação pode podem
aumentar a frequência de ias à casa de banho; e dores musculares e desconforto associado com treino de alta
intensidade também podem perturbar o
sono.
O exercício
ao aumentar a vígilia e libertar diferentes substâncias neuroquímicas durante a
sua realização pode mascarar os efeitos da privação de sono quando ocorre
simultaneamente. Isto pode ser eficaz para a performance atlética se os níveis
de esforço percebido são reduzidos pelo exercício durante um estado de privação
de sono.
Algumas
intervenções potenciais para aumentar a duração de sono em atletas privados de
sono são discutidas. O exercício pode
ser usado estrategicamente para melhorar o sono, possivelmente ajudar em casos
de privação de sono e induzir alterações de fase em condições de jet-lag.
AARR,
Novembro 2016
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