AARR – Efeitos da Nutrição e Exercício no Sono Parte 3/3 - Exercício e Sono

A actividade física altera as funções endócrinas, funções do sistema nervoso autónomo e funções somáticas, desta forma o exercício diurno deve afectar o sono. Os efeitos fisiológicos somáticos do exercício podem resultar em efeitos persistentes e servir como um estímulo robusto para afectar os mecanismos fisiológicos do sono. Quantidades adequadas de exercício podem alterar esses mecanismos numa direcção preferencial.

Factores como tipo de exercício, intensidade, horário, sujeitos, e diferenças entre exercício agudo e crónico todos têm efeitos diferentes no sono. O exercício influencia o sono ao aumentar o tempo total de sono e prolongar a latência REM, reduzir o sono REM e aumentar o sono profundo. O exercício tem a capacidade de induzir alterações na fase-circadiana talvez tão potentes como luz clara.

Uma importante distinção entre os efeitos de exercício agudo e crónico no sono é que o exercício crónico altera substancialmente as funções somáticas de forma que exercício agudo não altera, tal que melhoramentos a longo-prazo em composição corporal, ritmo metabólico basal, função cardíaca, controlo glicémico, função imunitária e exercício também melhoram o estado de humor.

Resultados de vários estudos indicam que grande parte dos atletas de vários desportos estão privados de sono e obtêm entre 5-7h de sono por noite. Um factor que pode contribuir para a baixa duração de sono habitual observada em atletas é o horário de treino. O comportamento sono/vigília em atletas depende da hora do dia em que têm de treinar. Por exemplo, treinar cedo de manhã pode ser prejudicial, treino ao fim do dai não é associado com distúrbios no sono, treino de noite não é associado com pior sono, e exercício vigoroso antes de deitar não perturba a qualidade de sono. Os efeitos do exercício no sono e sonolência são mais pronunciados quando o exercício é executado de madrugada.  

Vários outros factores podem influenciar o sono, tais como ansiedade durante blocos de treino intensivos que podem interferir com o adormecer; programas de hidratação pode podem aumentar a frequência de ias à casa de banho; e dores musculares e desconforto associado com treino de alta intensidade também podem perturbar o sono.

O exercício ao aumentar a vígilia e libertar diferentes substâncias neuroquímicas durante a sua realização pode mascarar os efeitos da privação de sono quando ocorre simultaneamente. Isto pode ser eficaz para a performance atlética se os níveis de esforço percebido são reduzidos pelo exercício durante um estado de privação de sono.  

Algumas intervenções potenciais para aumentar a duração de sono em atletas privados de sono são discutidas. O exercício pode ser usado estrategicamente para melhorar o sono, possivelmente ajudar em casos de privação de sono e induzir alterações de fase em condições de jet-lag.
 
AARR, Novembro 2016
4680 palavras, 91 referências


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