Características recorrentes da Pseudociência, Pensamento Conspiracionista e Negacionismo



Estas três categorias têm características recorrentes perfeitamente identificáveis se alguém seguir o raciocínio. Fica aqui uma lista delas, e podem ver que algumas são comuns às 3 categorias. De notar que pensamento conspiracionista e negacionismo pertencem ambas na categoria geral de pensamento pseudocientífico.

Pseudociência em geral:

1. Raciocínio motivado: começar com a conclusão, acomodar à força as evidências para se ajustarem a noções pré-concebidas, escolher evidências a dedo
2. Passar o ónus da prova para os outros (os outros é que têm de provar errado uma alegação, quem afirma não tem de provar que a alegação é correcta), viés de confirmação (procurar informação confirmatória e ignorar o resto), falácia do apelo especial (apelar a uma excepção sem justificar)
3. Evidências anedóticas: observações não controladas ou ad-hoc, evidências implausíveis e de fraca qualidade, ou uma única anedota. Generalização apressada, evidências insuficientes para suportar uma hipótese ou teoria
4. Apelo emocional
5. Alegações grandiosas (síndroma de Galileu): baseado em evidências preliminares. Alegações para além do razoável que se sobrepõem a corpos de evidência cientificas bem estabelecidas
6. Ciência alternativa: toda a ciência é substituída por uma versão alternativa
7. Alegações absolutas, alegações ousadas muito além das evidências
8. Hostilidade: censura, fazer de vitima, alegar serem vitimas de uma conspiração
9. Vagueza: termos e palavras vagas para ofuscar, para poderem alterar a definição à sua descrição
10. Estagnação: falha ao progredir, tentar ad nauseam estabelecer a sua teoria em vez de gerar evidencias para a suportar
11. Perseguir anomalias: procurar por anomalias para tentar estabelecer uma conclusão, sem procurar refutar ou explorar outras alternativas

Pensamento conspiracionista:

1. Reconhecimento de padrões: a forma cognitiva de pareidolia, a um padrão imposto em eventos ou dados desconectados, detecção de padrões hiper-activa
2. Víes de confirmação
3. Erro atribucional fundamental: tendência para culpar o comportamento dos outros em factores internos em vez de acontecimentos externos; todas as acções e resultados são deliberados e intencionais, não há coincidência ou acaso
4. Sistema de crenças fechado, impermeável a refutação externa através de factos e evidencias, evidencias desconfirmatórias fazem parte da própria conspiração, ausência de provas significa terem sido removidas ou cobertas.
5. Passar o ónus da prova para os outros
6. Perseguir anomalias
7. Suposições ingénuas de como as coisas deviam acontecer para acomodar na sua própria mente como os eventos deviam ter-se desenvolvido.
8. Falsa dicotomia: ou a explicação dos eventos é verdadeira ou a sua conspiração é verdadeira; procurar buracos através de procura ingénua de anomalias e espalhar a dúvida sem o ónus da prova; falsa escolha
9. Alargar a conspiração: outra táctica para tornar a conspiração imune a refutação
10. Sistema de crença monológico: as pessoas que acreditam numa teoria de conspiração tendem a acreditar em muitas outras, torna-se a explicação padrão para todos os eventos.

Negacionismo:

1. Mover os postes: quando o ónus da prova é alcançado, os postes são movidos e mais provas são exigidas. O processo é repetido indefinidamente.
2. Exigência de provas insensata
3. Apontar desacordos: desacordos numa disciplina são explorados, geralmente pequenos detalhes, como se a ciência em questão não fosse sólida
4. Negar toda uma categoria de evidências: evidencias observacionais, epidemiologia
5. Falsa dicotomia
6. Campanha de dúvida: pequenos factóides são reunidos e tirados do contexto para gerar dúvida, incerteza, e desconfiança, focando nas inconsistências, ou buracos.
7. Teoria da conspiração: permite descartar todas as provas em contrário e racionalizar para longe.


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