Hipertrofia – Os maiores ganhos jamais reportados


Numa série de estudos usando um ergómetro excêntrico foram observados ganhos musculares impressionantes em apenas 5 semanas (1,2,3,4). Todos estes estudos foram executados com sujeitos não treinados e a exercitar os extensores do joelho (quadríceps).

Num estudo (1), 10 homens e mulheres (30-53 anos) executaram extensões do joelho unilaterais (membro esquerdo) 2 a 3 vezes por semana durante 5 semanas. O membro direito foi usado como controlo. Usaram imagiologia por ressonância magnética para medir o volume dos músculos. 

Após 5 semanas o volume de quadríceps aumentou em 6.1%. De notar também que a hipertrofia muscular nas 3 mulheres examinadas foi de magnitude similar (média de 5.8%) à média de grupo (6.1%).

A percentagem de gordura corporal calculada através de múltiplas dobras cutâneas (bíceps, tríceps, suprailíaco e coxa) não se alterou passado 5 semanas. 



Outro estudo avaliou as alterações iniciais em tamanho e arquitectura muscular durante 35 dias de treino com resistência (2). Sete sujeitos executaram extensões de perna bilaterais 3 vezes por semana com um ergómetro excêntrico.

Um aumento significativo em área transversal medido com imagiologia de ressonância magnética foi observado na ordem de 6.5% e 7.4% para 2 regiões (C e D) dos quadríceps; comprimento do fascículo muscular e ângulos de penação das fibras musculares também aumentaram em 9.9% e 7.7% nessas duas regiões respectivamente.

Este estudo também mostrou pela primeira vez que alterações em tamanho muscular são detectáveis após apenas 3 semanas de treino e que a remodelação da arquitectura muscular precede os ganhos em área transversal. Após 20 dias de treino já havia aumentos de 3.5% e 5.2% nas regiões C e D respectivamente, a par de 2.4% de aumento do comprimento do fascículo a partir do 10º dia de treino.

  


Estes resultados foram replicados novamente usando o mesmo método e intervenção, desta vez com 15 homens não treinados divididos em 2 grupos (3). Enquanto 8 fizeram exercício com uma máquina de pesos (WS), 7 usaram um ergómetro excêntrico. Novamente, volume de todos os músculos dos quadríceps foi determinado por ressonância magnética.

O volume dos quadríceps aumento em 6.2% para o grupo com o ergómetro excêntrico vs. 3% em apenas 5 semanas.


Outra experiência incluiu 58 sujeitos divididos em 2 grupos, um usando apenas a massa do ergómetro excêntrico (19.4kg) T0 e o outro com 10kg adicionais T10.

Os participantes eram treinados mas não em treino com resistência, tinham uma actividade física alta antes e durante o estudo, e exercitavam cerca de 225 minutos por semana, incluindo futebol (90min/semana), natação (45 min/semana), ginástica (45mim/semana) e atletismo (45 min/semana).

No T0 e T10 respectivamente, houve um “aumento de massa” de 9.8% e 15% em apenas 5 semanas (4)! Contudo o método usado para medir a composição corporal foi impedância bioeléctrica, o que não é o melhor método, mesmo tendo em conta que os sujeitos mantiveram um estado de hidratação normal antes da medição e não podiam exercitar, comer, ou beber álcool ou cafeína durante as 12 horas precedentes (pela manhã).

Mesmo se os resultados “reais” forem… digamos +5% em massa muscular (penso que se referem a massa magra total e não “muscular”) em apenas 5 semanas continuaria a ser incrível quanto maias 9.8 e 15% em apenas 5 semanas!

Outros estudos sem o uso de ergómetro excêntrico também resultaram em bons ganhos.

Por exemplo Kawakami e colegas (5) também usando ressonância magnética viram que a área transversal do tríceps aumentou em 31.7% (0.28% por dia) após 16 semanas de treino de “alta intensidade” (80%RM, 3 vezes por semana) de extensão de cotovelo (press francês).

Um estudo comparou um programa de treino periódico (PTR) com um programa contínuo (CTR) durante 24 semanas (6). Ambos os grupos fizeram supino livre 3 vezes por semana a 75%RM e com volume de treino de 3 séries de 10 repetições cada (com 2-3 minutos de intervalo de descanso).

Após as 24 semanas, o ritmo de aumento médio de área transversal para tríceps e peito foi de 0.13% e 0.22% por dia, respectivamente (6). Isto traduziu-se em 21.4% e 39.4% para o grupo contínuo (CTR) e 19.6% e 36.1% para o grupo periódico (PTR), para tríceps e peito respectivamente.

Mais outro estudo observou um aumento de 5kg em massa magra corporal e uma diminuição de percentagem de gordura de 2.4%, medido com pregas cutâneas, após 20 semanas de treino (7). O programa de treino consistia em 3 séries de 6-8RM em agachamentos, prensa vertical de pernas, extensões de pernas e flexão de perna 2 dias por semana.

Mulheres também apresentam grandes e rapidas adaptações musculares a apenas 8 sessões de treino com agachamento e peso morto. Aumentos significativos em massa magra foram observados para a combinação das regiões da perna e ginoide com +0.68kg de massa magra logo passado 2 semanas para volume de treino baixo e +0.47kg para volume moderado de treino em apenas 3 semanas (8).

Felizmente temos dados individuais o que mostra mais sobre o que é possível:


Prestem atenção ao grupo entre 1.0-1.5kg e os perto dos 2kg, e até uma perto dos 3kg em apenas 3 semanas! (Os pontos de dados individuais representam a maior alteração absoluta em massa magra das zonas ginoide e perda, independentemente das sessões de teste).

Gostarias de saber mais? Subscreve para actualizações diárias!

Referências
1. Tesch, PA, Ekberg, A, Lindquist, DM, Trieschmann, JT. Muscle hypertrophy following 5-week resistance training using a non-gravity-dependent exercise system. Acta Physiol Scand 180: 89-98, 2004
2. Seynnes, OR, de Boer, M, Narici, MV. Early skeletal muscle hypertrophy and architectural changes in response to high-intensity resistance training. J Appl Physiol 102: 368-373, 2007.
3. Lena Norrbrand, James D. Fluckey, Marco Pozzo, Per A. Tesch. Resistance training using eccentric overload induces early adaptations in skeletal muscle size. Eur J Appl Physiol (2008) 102:271–28
4. Mariusz Naczk, Alicja Naczk, Wioletta Brzenczek-Owczarzak, Jarosław Arlet, Zdzisław Adach. Impact of inertial training on strength and power performance in young active men. J Strength Cond Res. 2013 Nov 20
5. Kawakami Y, Abe T, Kuno SY, Fukunaga T (1995) Training-induced changes in muscle architecture and specific tension. Eur J Appl Physiol Occup Physiol 72:37–43
6. Riki Ogasawara, Tomohiro Yasuda, Naokata Ishii, Takashi Abe. Comparison of muscle hypertrophy following 6-month of continuous and periodic strength training. Eur J Appl Physiol (2013) 113:975–985
7. STARON, R. S., E. S. MALICKY, M. J. LEONARDI, J. E. FALKEL, F. C. HAGERMAN, and G. A. DUDLEY. Muscle, hypertrophy, and fast fiber type conversions in heavy resistance-trained women. Eur. J. Appl. Physiol. Occup. Physiol. 60:71-79, 1990.
8. Matt S. Stock, Kendra D. Olinghouse, Alexander S. Drusch, Jacob A. Mota, Jennah M. Hernandez, Chibuzo C. Akalonu, Brennan J. Thompson. Evidence of muscular adaptations within four weeks of barbell training in women. Hum Mov Sci. 2016 Feb;45:7-22