Uma mente céptica está sempre
consciente que a pesquisa científica é progressiva, e que novas descobertas
estão constantemente a emergir e pode ser usadas para alterar o actual.
A
habilidade de interpretar e avaliar a pesquisa no seu contexto é crítico no
processo de compreender os resultados. Todos os estudos dependem do seu próprio
contexto.
Este é um ponto crucial e a razão pela qual o público pode ficar
confuso por estudos aparentemente contraditórios. Por exemplo, 2 estudos podem
aparentemente contradizer-se e serem ambos válidos, sob circunstâncias
diferentes.
A pesquisa tem um papel importante no
avanço de qualquer profissão ou processo de tomada de decisão. Este processo deve seguir leis científicas, princípios e
conceitos derivados da pesquisa científica. Estes princípios, teorias e
conceitos estão todos sujeitos a alterações com a emergência de nova pesquisa.
Artigos científicos estão constantemente a serem publicados. Nova pesquisa pode
e deve produzir mudanças na abordagem a um problema, deste modo é importante
manter o olho aberto e mente aberta e ser livre
de qualquer pensamento dogmático e fundamentalista. Estar actualizado permite-nos estar na vanguarda do conhecimento e
melhorar qualquer prática, profissional ou outra. No final, a pesquisa aumenta
a nossa compreensão sobre um determinado assunto.
Introdução
A
primeira secção de qualquer manuscrito científico é a introdução onde os
autores desenvolvem a hipótese testada
pelo seu design. Com este propósito em mente, uma revisão concisa e
curta da literatura científica é delineada como base do desenvolvimento da
sua hipótese específica.
Esta
introdução indica o contexto e relevância do estudo. Potenciais críticas ao
problema, hipóteses, ou métodos devem ser também delineados.
Métodos
Esta
secção é bastante importante para compreender como uma determinada hipótese foi
testada e o design executado, e oferece possivelmente informação valiosa para
outros cientistas replicarem o estudo, ou fazerem melhoramento. Esta secção de
métodos deve explicar a abordagem ao problema, e o design da pesquisa para
testar a hipótese apresentada na introdução.
Informação
detalhada e específica é apresentada sobre o tipo de sujeitos, equipamento
usado, explicações para os procedimentos, e como reuniram dados e aplicaram
análise estatística para testar a sua hipótese.
Variáveis
independentes para o design de estudo e variáveis dependentes são também
explicadas em detalhe, tal como a lógica da sua escolha. Todos os procedimentos
devem ser explicados em grande detalhe para que outros possam replicar o
estudo.
Esta
secção termina geralmente com comentários sobre os procedimentos estatísticos
usados par analisar os dados gerados. Finalmente, a significância estatística é
definida (P ≤ 0.05.)
Resultados
A
secção de resultados pode ser o mais importante se o design e métodos forem
fortes. As observações são apresentadas como médias e desvios do
padrão. Contudo como os participantes não respondem igualmente, dados
individuais, se possível, devem ser também apresentados.
Discussão
Aqui os autores salientam a importância da publicação.
Eles interpretam os resultados e relacionam com a literatura científica,
dando contexto e significado. As forças e fraquezas do estudo devem ser
expressas tais como sugestões para futura pesquisa. Novas questões podem
emergir do estudo que podem ser sujeito de pesquisa adicional.
Um relatório bem substanciado é tão vital como um design de
estudo bem feito (1). Um relatório coeso, sólido e bem
discutido pode ser tão necessário como um design adequado, e se não for mais
importante. Um estudo original de alta qualidade precisa de uma boa dose de
interpretação e discussão.
A publicação não deve ser pobremente
escrita e as frases na introdução e discussão devem ser suportadas por
referências/evidências. Fazer uma alegação científica sem suporte pode ofuscar as linhas
distintas entre factos científicos/teorias e ideias/teorias não provadas.
Contexto e aplicações práticas
No final, o objectivo é extrair informação relevante para melhorar
o processo de decisão, métodos e ou técnicas, com os dados mais actuais
possíveis.
Devemos compreender que os resultados
de um estudo relacionam-se com o seu contexto, situação ou condições específicas
estudas. Pôr a pesquisa em contexto
adequado é crucial no processo de a traduzir para aplicações práticas.
Torna-se
assim também importante compreender o contexto do estudo que é relacionado com
variáveis independentes e dependentes.
Variáveis
independentes e dependentes
Variáveis
independentes são factores controlados ou seleccionados a serem constantes. Estas
variáveis podem ser manipuladas para se ver se elas conseguem ou não alterar as
respostas das variáveis dependentes e se possível compreender a sua influência.
Uma variável de confundimento é uma
variável não controlada mas com um efeito independente. Esta falta de controlo
pode ofuscar a interpretação dos resultados. Idealmente as variáveis
independentes (sexo, idade, estatuto de treino, temperatura, ingestão
nutricional...) do estudo deve ser adequada à situação e população estudada o
mais possível, desta forma tais resultados podem ser aplicados a uma situação
ou população específica.
Uma variável dependente é medida em resposta a um conjunto de variáveis
independentes no design de estudo. Estas variáveis não podem ser controladas,
contudo servem como a variável resultante do estudo.
A validade
e fiabilidade de uma variável é
também importante. Uma medição só tem validade se foi realmente medido o que
era suposto medir. Fiabilidade por
outro lado relaciona-se com a consistência
da medição, a consistência dos valores das medições repetidas. A variação não deve ser maior que 5%
entre dois valores para a medição ser precisa. Ritmo cardíaco, temperatura,
consumo de oxigénio, são alguns exemplo de variáveis dependentes.
As variáveis
independentes podem ser imensas, assim todos os estudos dependem do seu
contexto, como salientado anteriormente.
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Referências:
1. Vahid Rakhshan. A well-substantiated report is as vital to
science as is a well-designed study. J Pharm Bioallied
Sci. 2013 Oct-Dec; 5(4): 330.